Caso Alstom/Siemens:
A multinacional alemã Siemens delatou ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) que, junto com mais 11 empresas, fazia parte de um esquema de formação de cartel nos contratos para as obras do metrô e trens do governo do Estado de São Paulo.
Ao denunciar o esquema, a Siemens assinou um “acordo de leniência” (delação premiada). Assim, pretende garantir imunidade administrativa e criminal, livrando sede punição caso o cartel seja condenado. Quando uma empresa que opera em 190 países resolve recorrer à “delação premiada” para denunciar maracutaias de bilhões de dólares é porque “a casa caiu geral” e o que esta sendo denunciado é apenas a ponta do iceberg.
O Sindicato dos Metroviários de São Paulo sempre denunciou a nebulosidade dos negócios dos governos do PSDB, em especial o megaesquema de corrupção da Alstom. Afinal o dinheiro que foi desviado para a corrupção poderia ser utilizado para a ampliação da malha metroviária atendendo as necessidades da população.
Veja o caso da implantação do CBTC no Metrô. O governo fez muita propaganda dizendo que essa nova tecnologia seria uma grande solução para o sufoco dos usuários. Comprou “gato por lebre”. Firmou em 2008 um contrato de 800 milhões para conclusão da implantação nas três linhas em 2011 , com uma empresa que não estava capacitada tecnicamente para garantir no prazo previsto o serviço (para variar aAlstom). Resultado: estamos em 2013 e os testes do sistema na Linha 2 fracassaram. Foram detectados sérios problemas que envolvem a segurança dos usuários e funcionários.
Os gastos com a implantação do CBTC incluem também as reforma dos trens, que também estão sob investigação porque, segundo denúncias, os custos da “reforma” equivalem a compra de um trem novo, a troca do terceiro trilho para permitir mais trens em circulação e implantação de portas de plataforma (que aparentemente foi abortada após experiência de Vila Matilde). Ou seja, se somar tudo dava para concluir a Linha 5 e sobraria dinheiro para outras obras de expansão.
O inacreditável é que ninguém do governo, da direção do Metrô e do Estado dá qualquer explicação à população. Além disso, a Assembleia Legislativa evita a abertura de uma CPI, já que a maioria dos parlamentares pertence ao PSDB e seus aliados.
Existem hoje vinte processos no Ministério Público sobre os negócios da Alstom em São Paulo. No entanto, só com muita mobilização da juventude, da população e dos trabalhadores vai ser possível dar um basta nesta bandalheira, recuperar o dinheiro roubado e conseguir a punição dos corruptos e corruptores.
Fonte: Sindicato dos Metroviários de São Paulo