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Governo Alckmin (SP) apresenta sua face machista ao propagar campanha do Metrô que estimula “xaveco a mulherada”

25.03.14 São Paulo

Uma propaganda de conteúdo intensamente machista do Metrô e da CPTM de São Paulo gerou revolta nas redes sociais e nos usuários nesta terça-feira (25). O spot veiculado pela rádio Transamérica FM, incentiva o “xaveco” no metrô, principalmente nos horários de pico, dias após uma explosão de denúncias e prisões por estupro e crime de atentado ao pudor contra mulheres nos trens.

A inserção dá a entender que a lotação dos trens é um bom lugar para “xavecar a mulherada”.

Além de machista o conteúdo tem tom preconceituoso, narrando o texto propositalmente com diversos erros gramaticais, o texto diz: “Nos horários de pico, é normal trem e metrô ficar lotado. É assim também nas grandes metrópoles espalhadas pelo mundo. Pra falar a verdade, até gosto do trem lotado, é bom pra xavecar a mulherada, né, mano? Foi assim que eu conheci a Giscreuza. Muito já foi feito e o governo sabe que ainda tem muito pra fazer. Governo do Estado de São Paulo.” Ouça o comercial clicando aqui.

Denúncia

Sindicato dos Metroviários de São Paulo lança campanha contra o assédio sexual no metrô e na CPTM

Superlotação contribui para atos criminosos como o assédio e violência aos usuários e funcionários do metrô. Nos últimos dias a Polícia Civil deteve vários homens por assédio sexual dentro do metrô e da CPTM. O problema é tão sério que a polícia está investigando a atuação de pelo menos 30 grupos de abusadores no transporte coletivo. Eles têm páginas no Facebook e em outras mídias sociais nas quais estimulam o assédio às mulheres.

A Delpom (Delegacia de Polícia do Metropolitano) registrou 26 casos dessa natureza desde o início de 2014. Os agressores têm, em média, 32 anos e preferem atacar de manhã. As Linhas 3-Vermelha, do metrô, e 7-Rubi e 11-Coral, da CPTM, são as mais visadas. Os abusadores agem mais nos horários de pico, quando as estações e trens ficam superlotados.

Como uma medida de proteção para as mulheres, o Sindicato dos Metroviários defende a implantação de vagões exclusivos para mulheres, nos horários de pico. Mas só isso não basta para solucionar o problema. É necessário aumentar a malha metroferroviária e o número de seguranças e investir em campanhas educativas contra os assédio moral e sexual em jornais, rádios e TVs e na mídia interna do metrô, a TV Minuto.

O Sindicato dos Metroviários há muito tempo vem denunciando os casos de assédio no transporte público e continuará firme na campanha “Basta de Violência Contra as Mulheres”.

A propaganda do Metrô banaliza a violência sofrida pelas mulheres e contribui para a legitimação da violência. É um verdadeiro incentivo para a cultura machista. Um absurdo!

DENUNCIE!

Se você for importunada por algum maníaco no metrô ou na CPTM informe o fato rapidamente a um funcionário, aponte o autor, siga as orientações e registre o Boletim de Ocorrência. Denuncie. Essa é a melhor atitude para as vítimas.

Representação

A bancada de oposição na Assembleia Legislativa de São Paulo encaminhou uma representação contra o secretário da Casa Civil do governo do Estado, Edson Aparecido, o presidente da CPTM, Mário Bandeira e o presidente do Metrô, Luiz Antonio Carvalho Pacheco, pedindo abertura de um inquérito civil a propagando do Metrô.

“A cultura do assédio que não respeita a mulher e seu corpo no espaço público, e que aceita a ‘cantada’ e o ‘xaveco’ como algo natural, independentemente da vontade da mulher é uma cultura opressora que envergonha, constrange a mulher e limita seu direito de ir e vir livremente”, diz trecho da representação.

Fonte: Sindicato dos Metroviários de São Paulo e Redes Sociais.

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