Durante a realização do Seminário da Campanha Salarial 2013 foi instaurada, pelo Sindicato de São Paulo, a Comissão da Verdade e Justiça Metroviária.
Ela foi formada para apurar e exigir justiça para uma série de abusos contra os direitos humanos praticados contra os metroviários. Foram muitos os abusos, prisões e perseguições de ativistas praticados. A mais grave foi a intervenção no Sindicato em 1983, com a consequente cassação de toda a diretoria.
A Ditadura Militar, iniciada em 1964, interveio em várias direções sindicais combativas. No dia 31 de março daquele ano, foram invadidos mais de 400 sindicatos. Durante a Ditadura, outras centenas tiveram suas diretorias destituídas. Milhares de dirigentes foram torturados, mortos e alguns ainda estão desaparecidos.
Além dos metroviários Alexandre Leme, Sérgio Renato (Carioca), Paulo Pasin e José Soares, a instalação da Comissão contou com a presença de Raphael Martinelli, presidente do Fórum Permanente de Ex-presos e Perseguidos Políticos de São Paulo.
Martinelli foi dirigente da Federação Nacional dos Ferroviários e defende punição a todos os que perseguiram e torturaram. “É preciso colocar as pessoas que torturaram nos bancos de réus”, afirmou. Várias entidades sindicais também estão tomando a iniciativa de formar as Comissões da Verdade no País. Dessa forma, teremos a dimensão da violação sofrida pelos dirigentes sindicais, os trabalhadores em geral e os sindicatos.
É importante lembrar que as perseguições não acabaram com a Ditadura Militar, elas persistem até hoje. No começo deste mês, documentos confirmaram que a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) praticou espionagem para monitorar portuários e sindicatos. Em pleno 2013, trabalhadores foram espionados por se colocarem contra uma iniciativa do governo federal.
Fonte: Sindicato dos Metroviários de São Paulo.