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ATO ‘CHEGA DE SUFOCO NOS TRANSPORTES’ DENUNCIA QUE PROPINODUTO É RESPONSÁVEL PELO CAOS NO METRÔ/SP

15.02.14 São Paulo

No final da tarde desta última quarta-feira (13) centenas de metroviários e representantes de outros segmentos sociais, entre eles o Movimento Passe Livre – MPL realizaram no centro de São Paulo um ato unificado “Chega de sufoco nos transportes”.

O estopim para a realização da atividade foi uma pane no dia 04 de fevereiro, deixando milhares de usuários presos por aproximadamente 30 minutos dentro dos carros sem ar condicionado. Diante de um calor terrível e a super lotação a única saída dos usuários foi descer dos carros e como protesto ocuparem as linhas do metrô da estação Sé.

Indignação

O escândalo da formação de cartel denunciado pela Simens, com a delação premiada, mostra a corrupção e a falta de investimento que perpetua na gestão PSDB e na administração do Metrô. Estima-se em R$ 2 bilhões as perdas com o propinoduto.

Os paulistas agora têm que conviver com a saga do governo Geraldo Alckmin e de seu Secretário de Transportes, Jurandir Fernandes, que atribuem a incompetência de suas gestões aos usuários, afirmando que o ocorrido no dia 04, foi relacionado ao ato de “vandalismo e grupos organizados”.


Vale lembrar que o trem K07 que apresentou falha no dia 04, é o mesmo que descarrilhou em agosto do ano passado e se não fosse à eficiência dos maquinistas teríamos mais uma lamentável tragédia.

A Federação Nacional dos Metroviários (FENAMETRO) e o Sindicato dos Metroviários de São Paulo denunciam que as principais conseqüências do propinoduto são as péssimas condições dos trens reformados que custaram mais caros para os cofres públicos, comparados ao maquinário novo. O sufoco é conseqüência dos desvios de dinheiro dos cofres públicos e do superfaturamento para beneficiar a corrupção no Metrô.

Durante o protesto que contou com uma marcha até a porta da Secretaria dos Transportes, vários setores presentes repudiaram a postura da Administração do Metrô e do governo do Estado, em atribuir a responsabilidade da pane e o sufoco cotidiano do transporte público aos usuários.

Para o presidente da FENAMETRO, Paulo Pasin, a administração quer transformar o ocorrido “em caso de polícia”, como forma de omitir sua responsabilidade com o caos no transporte público. Ainda na porta da Secretaria de Transporte os manifestantes mandaram o recado quanto ao possível aumento da tarifa. “Não vai aumentar a passagem em São Paulo, senão o bicho vai pegar!”.

A angustia dos usuários é a mesma de quem trabalha no Metrô. A falta de investimento e o baixo número de trabalhadores para atender cotidianamente mais de 4 milhões de usuários, coloca em risco a vida dos metroviários, submetendo a categoria a uma rotina de trabalho estressante, exaustiva e desrespeitosa.

Para o presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Altino dos Prazeres a ocupação da linha, ocorrida no último dia 04, é uma demonstração de que a população está no limite com o sucateamento do metrô. “Tanto os usuários como os metroviários não agüentam mais o sufoco”. Sobre as manifestações da administração do Metrô, que atribui a responsabilidade da pane a “vândalos e grupos organizados” ele afirmou que a declaração serviu apenas “para jogar mais lenha na fogueira”.

Transporte não é mercadoria
Para Monique Felix, representante do MPL, a revolta da população no último dia 04, foi completamente legítima. Monique repudiou as afirmações de Geraldo Alckmin e Jurandir Fernandes e reafirmou de forma contundente o limite do caos com o transporte público, seja para os usuários e os metroviários.

“A população está no limite e sabe que tipo de transporte público quer, esse modelo que está aí não satisfaz os interesses da população. É um modelo voltado para lucro e um transporte tipo mercadoria. A população tem total capacidade de se organizar por conta própria e transformar o seu transporte”, afirmou a representante do MPL.

Monique também destacou a importância da unidade dos metroviários e os usuários para vencer o caos no transporte público. “Quem trabalha e usa o metrô diariamente sabe que o transporte tem que ser organizado para atender o interesse da população e de seus trabalhadores e não apenas para obtenção dos lucros”, contestou.

Durante o trajeto os manifestantes cantaram palavras de ordem como: “propinoduto e repressão, é só sufoco para a população!”, “propinoduto e corrupção é só sufoco para a população!” e “chega de sufoco”.

Altino dos Prazeres conclamou a realização de um seminário unificado entre os metroviários, movimento sindical e social para discutir o transporte público na cidade de São Paulo, apresentando os eixos para o debate “vamos discutir qual é a prioridade, o que fazer e como investir”. Além da categoria metroviária estiveram presentes representantes do Sindsef, Sintrajud, Sinsprev, Oposição Apeoesp, Movimento de Periferia, Movimento Passe Livre, Anel, CSP-Conlutas, PSTU, PSOL, entre outros movimentos.

Por Juliana Silva – Redação Fenametro

 

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