Adiada decisão sobre a readmissão de Paulo Pasin, metroviário presidente da Fenametro
17.07.15 São PauloJuíza marca nova audiência do processo. Metroviário permanece demitido
Após mais de um ano da demissão arbitrária de 42 metroviários após uma greve histórica da categoria , em 2014, ocorreu nesta quarta-feira, 15 de julho, a primeira audiência do processo de reintegração do presidente da Fenametro (Federação Nacional dos Metroferroviários), Paulo Pasin, um dos 42 demitidos da greve.
Na audiência foi apresentada a defesa do presidente da Fenametro e um prazo para que a Companhia do Metropolitano (Metrô) se manifesta-se, e nenhuma decisão foi tomada. Uma nova audiência de instrução foi marcada para o dia 14 de outubro.
Apesar da frustração por não ter uma solução imediata e justa para o caso, a avaliação do presidente da Fenametro é que a audiência foi positiva, pois a expectativa, para quem está habituado à rotina da Justiça do Trabalho era de um adiamento superior a seis meses.
Pasin ainda acredita que aqueles que comandam o Metrô sabem da ilegalidade destas demissões de lideranças e ativistas sindicais no exercício da greve, algo proibido pela Constituição. “Mas eles conhecem o ritmo dos processos judiciais, e sabem também que o trabalhador depende do salário e dos benefícios, inclusive plano de saúde, para sobreviver”, afirma Pasin.
As demissões de lideranças e ativistas sindicais não são novidade para os trabalhadores do Metrô. De acordo com Pasin, a Companhia do Metropolitano é conhecida por seu histórico de condutas anti-sindicais. “Com o vergonhoso aval do Governo do Estado de São Paulo ela persegue e demite trabalhadores grevistas”, disse.
Diversas greves da categoria resultaram em demissões arbitrárias, como a de 2007, que foi inclusive objeto de denúncia a Organização Internacional dos Trabalhadores (OIT), com a condenação do Estado brasileiro no Comitê de Liberdade Sindical e a consequente determinação de que os trabalhadores demitidos fossem imediatamente reintegrados. Porém, o governo do PSDB de São Paulo diz não reconhecer as decisões dos organismos internacionais, por isso não reintegrou os metroviários.
Esta é a segunda demissão que o Metrô tenta impor ao presidente da Fenametro, já que em 2007 ele também foi um dos demitidos. A Fenametro é uma entidade sempre presente na luta da categoria, no debate sobre mobilidade urbana , além da apuração das denúncias sobre o cartel de empresas que desviaram dinheiro público no sistema de transportes sobre trilhos, conhecido como propinoduto tucano.
Por coincidência, no mesmo momento e local em que a juíza procedia o julgamento, centenas de servidores da justiça federal realizavam uma Assembléia na luta contra o arrocho fiscal do governo Dilma. Todos os metroviários presentes na audiência se dirigiram a assembléia para manifestar no apoio a greve dos servidores.
Pasin acredita que os metroviários devem permanecer unidos nesta luta. “A unidade dos trabalhadores é o caminho para enfrentar as injustiças desta sociedade dominada pelo capital. Por isso, campanha pela reintegração imediata de todos os demitidos de 2007 e 2014 não pode parar! Não tem arrego! Ninguém fica pra traz!”, afirmou