Realizado entre 13 e 15 de abril com a participação de 158 delegados, O 10º Congresso dos Metroviários de São Paulo debateu a questão do transporte público e aprovou resoluções fundamentais para determinar os próximos passos da categoria.
No 10º Congresso dos Metroviários de São Paulo, o transporte público foi debatido por especialistas no assunto. Participaram das discussões Nazareno Godeiro (membro do Instituto Latino-americano de Estudos Socioeconômicos – Ilaese ), Manuel Xavier Lemos Filho (da direção plena da CTB e do Conselho das Cidades) e Marcos Kiyoto (arquiteto, especialista em transportes de alta capacidade). O momento foi aproveitado para o lançamento da campanha 2% do PIB para o Transporte Metroferroviário. Também foi lançada a revista Transportes no Brasil. A publicação foi baseada em pesquisa feita por Nazareno Godeiro, do Ilaese.
As principais propostas aprovadas foram:
Fonte: Metroviários-SP
- Desfiliação da CTB: por ampla maioria dos votos. Será realizado um plebiscito, em até seis meses após a eleição da nova diretoria (novembro de 2013), para decidir se o Sindicato irá se filiar a uma central e a qual, com amplo debate na base.
- Não ao Imposto Sindical: é uma contribuição imposta pelo governo que alimenta a criação de vários sindicatos fantasmas, sem nenhuma ligação com sua base. No ano passado, o Metroviários-SP devolveu 60% do Imposto Sindical aos metroviários e, em 2012, fará o mesmo. A devolução não é completa porque o governo devolve apenas 60% do valor arrecadado ao Sindicato (o restante fica com a Federação, Confederação, Central Sindical e FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador).
- Fim do delegado nato para os congressos: o Congresso decidiu acabar com a figura do delegado nato para congressos. Agora, todos os delegados deverão ser eleitos em suas bases para participar dos congressos, inclusive os diretores do Sindicato. É uma medida que reforça a democracia. Para participar, tem de ser eleito.
- Não à unidade entre trabalhadores e patrões: O Congresso reprovou a atuação de centrais sindicais como a CTB e CUT, que organizam atos públicos com empresários. A maioria dos delegados do 10º Congresso decidiu pela política de independência de classe. Ou seja, não se unir ao governo ou aos empresários.
- Campanha por 2% do PIB para o setor metroferroviário: durante o 10º Congresso foi aprovada a Campanha por 2% do PIB para garantir metrô e trem para todos, estatal, de qualidade, com tarifa reduzida (social). “É possível vencer, fazer com que essa campanha seja vitoriosa. Precisamos convencer a população que privatizar trem e metrô não é a solução”, declarou Nazareno Godeiro, do Instituto Latino-americano de Estudos Socioeconômicos (Ilaese), que participou do debate sobre o transporte público durante o evento.Nazareno Godeiro também fez a pesquisa e redação da revista Transportes no Brasil, que foi lançada durante os debates. A revista será enviada a todos os metroviários sindicalizados.