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METRÔ RIO FECHA ACORDO

31.07.13 Rio de Janeiro

Na noite do dia 18 de julho de 2013,  foi escrita mais uma página na história dos metroviários do Rio de Janeiro, uma categoria respeitada por todos, conhecida e reconhecida em todo Brasil por ser a primeira a realizar uma greve nas empresas privatizadas na era FHC, mas que ainda hoje sofre e resiste a ditadura do capital inserida com todas as letras numa empresa que adota uma política idêntica a que tem levado milhares de brasileiros a protestar  nas ruas nos últimos tempos. 

Mas no nosso caso, especificamente, houve um grande contrassenso, pois quem convocou “o povo as ruas” (assembleia) foi o algoz do próprio povo, a  Metrô Rio, aquela que paga um piso salarial miserável de R$ 750,12 (já com reajuste); aquele que demite 300 empregados por ano; aquela que retirou os tíquetes dos empregados doentes em 2010 e ainda demite diretores sindicais. São tantas as atrocidades que passaríamos o dia inteiro escrevendo.

Poderíamos ter adiado a assembleia por falta de segurança em relação ao espaço físico ou  até mesmo ter exigido que somente os sócios votassem, mas de que adiantaria esse esforço se não era essa a “vontade do povo”? Sendo assim, prevaleceu a democracia e a assembleia foi realizada.

Venceu a proposta da empresa que aplicava o índice 7.16% (exatamente a perda do período) a praticamente todas as cláusulas, retirou o abono natal, ou seja, não teve nenhum ganho real e ainda tivemos perda do abono, mas conforme constatado a categoria presente na assembleia “estava satisfeita” com a proposta da empresa.

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A diferença da contra proposta apresentada pelo sindicato para a proposta da empresa (8% de reajuste, R$ 650,00 de IQS e cesta básica de R$ 140,00) não significava nem um terço da arrecadação DIÁRIA do Metrô, uma insensibilidade de quem fatura mais de 2 milhões de reais diariamente, somente com a venda de bilhetes. 

Certamente aquela noite foi uma das mais tristes da história da categoria metroviária, onde a empresa usou de todos artifícios para induzir e intimidar os trabalhadores no sentido de aceitar a sua proposta. Dentro da multidão tiveram aqueles que aceitaram a proposta por necessidade financeira e receio do acordo se estender, mas havia os que aceitaram por que seus polpudos salários não são medidos pelos índices de reposição salarial.

A verdade é que a grande maioria não estava satisfeita com a proposta apresentada pela empresa mas se viram pressionados a aceitá-la. A forma adotada pela empresa para levar centenas de metroviários a assembleia afronta as liberdades  sindicais, sabemos que os mecanismos utilizados não são novos, são os mesmos utilizados  para levar uma legião de metroviários fora do horário de trabalho ao Teatro João Caetano para escutar um monte de abobrinhas na semana do carnaval.

Metroviários! Cabeças erguidas não fomos vencidos!

O momento é de reflexão profunda em relação a tudo que aconteceu naquela triste noite de julho. Entendemos perfeitamente o ocorrido e  quem sabe um dia essas pessoas irão ser julgadas por ferir profundamente o ideal e a alma dos trabalhadores.

A luta continua!

Fonte: Simerj