As mobilizações de milhares de mulheres brasileiras neste 8 de março mostraram que as mulheres não aceitarão a violência, o machismo, a Reforma da Previdência e a retirada de seus direitos. A Fenametro esteve presente nas marchas e atividades de diversas capitais.
Em São Paulo, aconteceram diversas manifestações pela cidade, e a Federação esteve presente nos atos que se iniciaram na Avenida Paulista e na Praça da Sé, que culminaram em uma só manifestação com cerca de 40 mil pessoas. Na cidade, as mulheres foram as ruas pelo fim da violência contra a mulher, contra a Reforma da Previdência, pela legalização do aborto e pelo Fora Temer. Ainda na semana do 8,o Sindicato dos Metroviários de São Paulo realizou um debate e uma festa com a temática feminista.
Para Solange Chaves, Diretora de Mulheres da Fenametro, que esteve presente na Av.Paulista, as manifestações mostraram que as mulheres não aceitarão nenhum retrocesso. “Nós iremos lutar! Não aceitaremos nenhum retrocesso em nossos direitos e conquistas. Fora Temer!”, afirmou.
No Rio de Janeiro o Sindicato dos Metroviários (SIMERJ) realizou uma série de atividades ao longo do dia, com debates sobre a situação da mulher e a Reforma da Previdência. Em Belo Horizonte, o Sindicato (Sindimetrô) realizou na sexta-feira, 10, uma série de palestras sobre os direitos das mulheres e a Reforma da Previdência.
Já em Porto Alegre as mulheres participaram de um Seminário organizado pelo Sindicato que debateu a Reforma da Previdência, o assédio as mulheres e a CLT, além de contar com apresentações culturais.
Situação das mulheres ainda é muito desigual
Hoje no Brasil a cada 7 minutos uma mulher sofre violência física, sexual ou psicológica, 13 mulheres são assassinadas por dia e houve um aumento de 54% no homicídio de mulheres negras nos últimos 10 anos. Cerca de 70% dos estupros de mulheres são cometidos por parentes, namorados, amigos ou conhecidos da vítima a cada dois dias uma mulher morre em decorrência de aborto realizado em condições inseguras.
Dados alarmantes como estes se tornam ainda mais preocupantes em uma conjuntura de retirada de direitos e retrocessos. As propostas de reforma da previdência e reforma trabalhista, que já são prejudiciais à população, serão ainda piores para as mulheres.
Colocada pelo governo Temer como solução para crise econômica, a Reforma da Previdência trará diversos prejuízos para as mulheres, em especial as negras e camponesas. Hoje há uma diferenciação no tempo de contribuição de homens e mulheres – 5 anos a menos para as mulheres – por um reconhecimento histórico de que as mulheres tem uma dupla jornada, já que arcam com grande parte do trabalho doméstico.
De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais, do IBGE, mulheres trabalham por semana em média 5h a mais que os homens. Hoje as mulheres trabalham 35,5 horas fora de casa e 21h12 dentro de casa, enquanto os homens trabalham 41h36m fora de casa e 10h dentro de casa.
Outra proposta que o governo tenta aprovar a todo custo é a Reforma Trabalhista. Em um páis em que as mulheres ocupam os postos mais precarizados de trabalho e recebem 30% a menos que os homens ela trará resultados catastróficos. Temer quer retirar direitos conquistados com muita luta, como a CLT, e pode mudar o 13º salário, as férias, o auxílio-creche e no FGTS.