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Modelo de segurança pública nos metrôs e trens é debatido em encontro da Fenametro

15.03.16 Geral, Notícias Tags:, ,

Para discutir a segurança metroferroviária no Brasil a Fenametro realizou nos dias 11 e 12 de março um Encontro Nacional sobre segurança, discutindo com metroferroviários de todo o país a situação da segurança nos metrôs e ferrovias, o trabalho do segurança e o modelo de segurança pública que os metroferroviários desejam.

A abertura do Encontro aconteceu na sexta-feira, 11, e estiveram presentes Aderson Bussinger Carvalho, advogado, que foi vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, João Tancredo, advogado militante dos Direitos Humanos, Coronel Paulo Amendola, especialista em Segurança Pública, Julio Ancelmo, da CSP-Conlutas, Marcelo Rodrigues, da CUT e Elenilson Gomes, irmão da condutora Elisângela Gomes de Lima, morta ao ser atingida por uma composição de trem enquanto trabalhava.

O advogado Aderson Bussinger Carvalho apresentou as denúncias levadas à OAB pelo Sindicato dos Metroviários do Rio de Janeiro, de mortes e acidentes no metrô carioca. Bussinger afirma que enfrentou grande dificuldade na obtenção de dados e acompanhamento das investigações e acredita que há uma falta de transparência e poucas investigações destes casos por parte da MetrôRio.

Para João Tancredo, que é advogado da família da condutora Elisangela, há problemas no padrão de execução de tarefa implementado pelo MetrôRio em situações como a da condutora. Tancredo acredita que a pericia é feita em benefício da empresa, conduzida pela chefia e sem testemunhas ou a família.

Especialista em segurança pública, o Coronel Paulo Amendola trouxe uma abordagem mais geral sobre o tema. De acordo com o Coronel é necessária a criação de um órgão capacitado para gerenciar metrôs e trilhos, para fiscalizar, para que aja uma estrutura organizada, com um corpo de leis federais e que a partir delas se defina as funções e leis complementares.

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Representante da CSP-Conlutas, Júlio Ancelmo, questionou o modelo de segurança que temos hoje no país. Para Alcelmo, desde o processo de criação do Brasil o modelo de segurança é a serviço da elite, contra a população pobre e tem uma ligação concreta com a repressão as classes populares.

Já para Marcelo Rodrigues, da CUT, o problema da segurança no transporte é muito maior, e vem de uma ausência de preocupação com o planejamento da cidade. Rodrigues acredita que não há preocupação ao se pensar a distância entre os locais de trabalho e de moradia, e que não existe um transporte de massas, apenas um transporte com péssimas condições.

No debate o irmão da condutora Elisângela, Elenilson Gomes, se posicionou. Para Gomes no caso de sua irmã não houve um acidente de trabalho e sim um homicídio. De acordo com ele, o Metrô poderia ter previsto e não tomou as medidas necessárias para que o acidente não acontecesse.

Após a exposição da mesma os metroviários presentes fizeram intervenções, relatando problemas que enfrentam nos seus Estados ao lidar com torcidas organizadas, ambulantes e moradores de rua. No debate também foi abordada a questão da militarização dos agentes, rechaçada por grande parte dos presentes.

Para conferir as propostas de resoluções apresentadas pelos participantes do Encontro clique aqui.