Cerca de 200 mil trabalhadores, ativistas de movimentos sociais e estudantes ocuparam Brasília nesta quarta-feira, 24, para denunciar as Reformas do governo Temer e exigir sua saída. A Fenametro esteve em Brasília junto a muitos metroferroviários de todo Brasil, como de São Paulo, Belo Horizonte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Recife e Distrito Federal.
Caravanas de todas as regiões do país tomaram Brasília e a luta por direitos foi brutalmente reprimida pela polícia e pelo governo. O aparato policial havia sido organizado pelo governo para uma grande repressão, mobilizando inclusive a Força Nacional. Há centenas de feridos, e a polícia chegou inclusive a utilizar armas letais, ferindo um manifestante que está em estado grave no hospital. Bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral foram lançadas nos manifestantes a todo momento, e tiros de bala de borracha foram responsáveis inclusive pela perda da visão de um manifestante.
Ainda que houvesse muita repressão, os trabalhadores resistiram e conseguiram prosseguir com a manifestação. A mídia, infelizmente, deturpou os acontecimentos do ato para justificar a ação do governo Temer, que convocou o Exército.
Manifestação tem repressão brutal
Para Alex Santana, diretor da Fenametro e de São Paulo, o movimento intitulado “Ocupa Brasília” é resultado de uma luta crescente da classe trabalhadora, passando por diversas mobilizações e tomando corpo a partir do 8 de março. ” Desde então, os metroviários de São Paulo tiveram participação fundamental na construção dos próximos passos, culminando numa grande mobilização com paralisações por todo o país, inclusive metroviários de vários estados e diversas categorias do setor privado, como metalúrgicos, químicos, bancários entre outros também do setor público, como professores e correios”, afirmou.
Diretora da Fenametro, e de Minas Gerais, Alda Lúcia Fernandes dos Santos, acredita que a polícia agiu para impedir a realização da manifestação. “Temos o direito democrático de nos manifestar, de exigir que Temer saia do poder e o fim das Reformas”, disse.
Para Elias José Alfredo, diretor da Fenametro e do Rio de Janeiro, foi muito importante a grande resistência dos trabalhadores, mesmo com a repressão brutal. “Haviam muitas pessoas desmaiadas, passando mal, e muita repressão, inclusive bombas sendo lançadas de helicópteros”, afirmou.
Manifestações acontecem em todo país
Enquanto em Brasília o governo Temer (PMDB) reprimia duramente a população, recebíamos a notícia de uma chacina no Pará, onde 10 lutadores do campo foram assassinados. Em São Paulo aconteciam manifestações contra a ação dos governos de João Dória (PSDB) e Geraldo Alckmin (PSBD) na região da Cracolândia, que numa política higienista tratam com violência questões de saúde pública.
No Rio de Janeiro milhares de lutadores protestavam contra o governo Pezão (PMDB), que pretende aumentar a contribuição previdenciária dos servidores, e também contra os assassinatos no Complexo da Maré.
De acordo com Elias, o ato foi muito positivo, mostrando a dedicação de centrais. “Agora temos que construir uma nova Greve Geral”, disse. Alex acredita que é necessário continuar na batalha. “É obrigação nossa manter as ruas de todo o país ocupadas praticamente todos os dias e construir urgentemente uma nova greve geral, dessa vez por 48 horas”, afirmou.
Para Alda, é fundamental a unidade dos trabalhadores e da população, e por isso o próximo passo deve ser uma nova Greve Geral. “Temos que construir uma nova greve, de 2 dias, parar o país e todos os transportes, e ocupar Brasília novamente!”, acredita.
Todo país está mobilizado, e em luta contra a retirada de direitos. A população está resistindo e não aceitará as Reformas. Por isso é fundamental organizarmos uma nova Greve Geral!