A realidade dos países latino americanos presentes no Encontro Internacional de Trabalhadores e Trabalhadoras do Transporte contra a Privatização, realizado em São Paulo entre os dias 1 e 3 de julho, é muito semelhante a brasileira. Metrôs públicos e privados, com condições precárias de trabalho e aumento da terceirização.
Os metroviários presentes da Argentina e do Chile trouxeram suas avaliações sobre a política de seus países, do Brasil, e a relação com a América Latina e relataram as condições do metrô argentino e chileno.
Na Argentina, a privatização chegou há mais de duas décadas, em 1994, e levou o metrô de Buenos Aires a uma situação muito precária. Roberto Pianelli, secretario geral do Sindicato del Subte, lembra que a privatização veio com o argumento da melhora do serviço, de avanços tecnológicos, propostas que se provaram mentirosas.
Para Pianelli, a luta central contra a privatização deve ser de reivindicar o transporte como um direito, já que quem não pode se locomover não pode exercer outros direitos fundamentais, e por isso não pode ser tratado como mercadoria.
A situação do Chile
O metrô chileno é conhecido como um dos melhores metrôs da América Latina. Com uma extensão de 103 km, com 108 estações é um metrô público, e tem cerca de 2/3 dos seus funcionários terceirizados.
Para Eugenio Valezuela, presidente da Federación de Sindicatos de Metro de Santiago del Chile (Fesimetro), o transporte é mais que um serviço, um direito, que deve ser estatal. Valenzuela acredita que é tarefa dos sindicalismo defender estes patrimônios do país, sempre em aliança com os trabalhadores.
O presidente ainda relatou que os Sindicatos tentam participar dos Conselhos do metrô e processos políticos da cidade, para conseguir mais conquistas para os trabalhadores. Valenzuela ainda fez um chamado, a construção de uma aliança metroviários a nível regional, para fortalecer e estreitar os vínculos com propósito de exercer pressão internacional.