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Metrô de São Paulo fabrica crise econômica inexistente

08.04.16 Notícias, São Paulo Tags:, ,

A crise financeira alegada pelo Companhia do Metropolitano – Metrô de São Paulo – é fabricada. Esta é conclusão da Audiência Pública realizada nesta quarta-feira, 6 de abril, na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP).

Convocada pela Frente Parlamentar em Defesa do Metrô Público, a audiência denunciou a atuação dos governos do PSDB no processo de degradação do metrô, relatando casos de sucateamento do sistema e de corrupção.

Sérgio Magalhães, diretor do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, apresentou uma análise do balanço financeiro do Metrô em 2015. No ano, o governo do Estado de São Paulo deveria ter repassado ao Metrô R$ 330.530.000 referentes ao ressarcimento de gratuidades – passagens para idosos, desempregados e portadores de necessidades especiais – e subsídios aos usuários estudantes. Segundo documento do Metrô da quantia prevista foi contingenciado o valor de R$ 66.108.000.

De acordo com Sérgio se acrescentarmos os milhões contingenciados às contas do Metrô, percebemos que ele não fica no negativo. “Não existe esta suposta crise do Metrô. Ela vem sendo utilizada como argumento para a não contração de funcionários, paralisação do plano de carreira, suspensão de férias, mudança de data de pagamento e parcelamento da Participação nos Resultados”, afirmou.

Além da crise financeira, o presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Altino de Melo Prazeres Júnior, denunciou os 26 trens comprados pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), que hoje estão parados sendo utilizados como almoxarifados ou para repor peças de outros trens. “Alckmin enganou a população e a ALESP gastando milhões em trens que não estão servindo à população. Quem está pagando o preço é a população mais pobre, que sofre no sistema”, disse.

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As ações recorrentes do Metrô de São Paulo foram caracterizadas por Donizete da Silva Cruz de Freitas, representante do mandato da Deputada Estadual Leci Brandão (PCdoB-SP), como parte da cartilha da privatização. “Sucatear, terceirizar, queda na qualidade do serviço são a cartilha das empresas que sofreram privatização no Brasil”, enfatizou.

Para o presidente da Fenametro, Paulo Pasin, é importante lembrar que o contingenciamento é destinado ao pagamento de juros da dívida pública, que vai para os banqueiros. “Quem está pagando por essa crise nos transportes? É o metroviário! E a população! Mas nós não aceitaremos a redução de direitos, sabemos como reagir”, disse.

Raul Marcelo, que é Deputado Estadual pelo PSOL-SP, lembrou que o governo do Estado e o Metrô não responderam a diversas solicitações da Frente Parlamentar, e que mesmo assim continuam insistindo. “Iremos pressionar e continuar neste combate à privatização do metrô”, disse.

Já o Deputado Estadual Carlos Giannazzi (PSOL), reafirmou o papel da Frente Parlamentar e disse que fará pressão para que o governo seja investigado. “O governo Alckmin é blindado pelo Ministério Público, pela justiça e pela mídia, mas será investigado”, afirmou.

A Frente Parlamentar irá utilizar os dados apresentados para realizar denúncias ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público e realizar diligências convidando a imprensa “in loco” para constatar as denúncias. Além disso apresentará as comissões da ALESP requerimentos exigindo a convocação do presidente do Metrô e do Secretário de Transportes Metropolitanos para prestarem esclarecimentos.

Estiveram presentes metroviários de São Paulo, Centrais Sindicais e coletivos organizados.