A Federação Nacional dos Metroferroviários vem manifestar seu apoio a greve dos metroviários de São Paulo, realizada nesta quinta-feira, 17. A greve é parte da luta dos metroviários contra a privatização das Linhas 5-Lilás e 17-Ouro do Metrô de São Paulo.
A Fenametro também está em luta contra a privatização, e denuncia as privatizações não apenas em São Paulo, mas em todo país. Além de trazer aumento da tarifa, demissão de trabalhadores e precarização do serviço, a privatização está intimamente conectada com a corrupção. As empresas envolvidas nos escândalos da Lava Jato e do Trensalão são as mesmas que concorrem e vencem estes leilões, como foi no caso da Linha 4-Amarela.
A entidade está junto ao Sindicato dos Metroviários na mobilização para barrar a privatização!
Entenda os problemas da privatização das Linhas 5 e 17
Marcado para o dia 19 de janeiro, o leilão das linhas 5-Lilás e 17-Ouro do Metrô de São Paulo já tem seu resultado previsto pelo Sindicato dos Metroviários de São Paulo, que afirma que a provável vencedora do leilão será a CCR.
A empresa já atua na única linha privatizada do metrô de São Paulo, a Linha 4-Amarela, através da ViaQuatro,e no metrô da Bahia, que também é privatizado, além de diversos outros segmentos de transporte, como rodovias, aeroportos, e as barcas e o VLT no Rio de Janeiro. Suas principais acionistas são as empresas Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez, envolvidas em diversas denúncias de corrupção, inclusive no próprio Metrô de São Paulo.
De acordo com Wagner Fajardo, secretário geral do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, e Celso Borba, presidente da Fenametro, há diversos pontos no edital de licitação das linhas que comprovam o favorecimento da CCR.
No edital estão previstas condições como ter experiência comprovada de no mínimo 12 meses na atuação em metrôs, ferrovias ou monotrilhos, além de transportar ao menos 400 mil passageiros por dia, condição que só a CCR tem no Brasil – a Invepar, outra empresa da área, só cumpre o requisito em consórcio onde atua junto a CCR.
Os metroviários também afirmam que a CCR é a única empresa que realizou uma análise técnica para concorrer na licitação, e que foi, inclusive, remunerada pelo Metrô, assim como a Odebrecht, para realizar o estudo que serviu como base do pré-edital que ela mesma concorreu.
Além de beneficiar uma única empresa, o edital prevê que as linhas sejam entregues à iniciativa privada prontas, com novos trens e sistema implementado, ou seja, com o ônus da construção unicamente para o Estado. O lance inicial previsto no leilão é de R$ 189,6 milhões, um valor que não chega a cobrir nem os investimentos iniciais do Estado, e que será financiado com dinheiro público, pelo BNDES – apenas o sistema dos trens, o chamado CBTC, custou aos cofres públicos R$ 175 milhões.
A empresa vencedora também terá lucro garantido, já que o consorcio seguirá o mesmo modelo da Linha 4-Amarela, e a remuneração paga às empresas em relação a tarifa das Linhas 5 e 17 não será subordinada a política tarifária do Estado, e terá regras previamente acordadas, seguindo índices de reajuste mais altos do que os do metrô estatal. Atualmente, um passageiro da Linha 4 custa ao Estado R$ 0,23 a mais que a tarifa paga pelos usuários.
Na licitação também há, assim como na ocorre com a Linha 4, a previsão de um número mínimo de passageiros transportados, que mesmo que não seja atingido deve ser pago pelo Estado à concessionária