Um trem do metrô de Brasília parou de circular na manhã desta sexa-feira (8) perto da estação Metropolitana, em Taguatinga. Passageiros que estavam nos vagões contam que ficaram 30 minutos presos sem informações, entraram em pânico e quebraram vidros para sair do veículo.
Segundo a assessoria do Metrô-DF, o trem perdeu a tração e parou de funcionar por volta das 8h. Às 9h45, de acordo com a assessoria, o metrô havia voltado a circular normalmente e o trem com problema foi encaminhado para manutenção.
Às 9h, a avenida Elmo Serejo havia sido bloqueada para o atendimento do Samu. O trânsito no local ficou engarrafado no horário.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado às 8h30 e atendeu 55 pessoas, sendo três em estado mais grave. As vítimas mais críticas foram levadas para o Hospital Regional de Samambaia (HRSam) e para o Hospital Regional da Asa Norte (HranO).
As outras pessoas foram encaminhadas para o hospitais regionais de Taguatinga e Ceilândia. Segundo o Samu, cerca de 600 passageiros estariam no trem com problemas. Ao todo, 11 viaturas dos bombeiros e 9 do Samu, além de cinco motos, tiveram de ser deslocados.
A Secretaria de Saúde informou que nenhum vítima ficou em estado grave, mas com crises nervosas. Conforme a pasta, algumas pessoas que já tinham doenças, como cardiopatias, foram encaminhados às unidades de saúde para exames de verificação.
“Estava lotado, muita gente mesmo, e ninguém do metrô explicava o que era. Aí as pessoas começaram a entrar em pânico e quebrar as janelas de emergência. Algumas desceram no trilho. Tinha cadeirante saindo também, mas o metrô não tem acessibilidade para esses casos”, afirma um passageiro que falou com o G1.
A assessoria do metrô nega que houve falta de informação e diz que, nesses casos, o sistema de áudio avisa sobra a ocorrência de problemas. Os bilhetes poderão ser ressarcidos.
Uma recomendação para situações como essa, de acordo com a major Marina, supervisora do Corpo de Bombeiros no DF, é conhecer o sistema de emergência do transporte. “É muito importante tentar não entrar em pânico. Para isso, veja como quebrar a janela de emergência, acionar o motorista e apertar o botão para abrir a porta do metrô.”
Como parte do serviço de educação continuada do Samu, já estava programada para sábado (9), às 9h, uma simulação de atendimento a um descarrilamento de trem na sede do Metrô-DF.
Este tipo de problema vem se tornando corriqueiro de alguns anos para cá, após a terceirização da manutenção. Para que se tenha a dimensão da falta de compromisso do Governo do Distrito Federal, é só efetuar um balanço dos últimos acontecimentos:
12/04/2010 – Descarrilamento próximo ao terminal Ceilândia
12/09/2012 – Curto circuito em Trem que pega fogo na plataforma da Estação Samambaia.
23/02/2013 – Vagão solta de um trem ao ser rebocado por não obter tração.
Esses acontecimentos deixam bem claro de onde vem o problema: Manutenção concedida a empresas privadas, que não se preocupam com o usuário do sistema, explora os trabalhadores do quadro e visa só o lucro. A falta de funcionários concursados no quadro da operação e manutenção também é um grande problema.
Será que vai ser Preciso acontecer uma tragédia maior para as autoridades tomarem as devidas providências?
A Federação Nacional dos Metroviários, em conjunto com os sindicatos metroferroviários do Brasil, esta desenvolvendo uma campanha por 2% do PIB para garantir um transporte de passageiros sobre trilhos seguro e de qualidade para todos. Não aceitamos o discurso de que é preciso a parceria com a iniciativa privada porque o Estado não tem dinheiro para investir no setor. Não é verdade porque nas Parcerias Públicos Privadas, novo modelo de privatização, quem entra com o dinheiro é o governo, e a iniciativa privada ainda tem um taxa de “retorno” (lucro) garantido. Verdadeiro “negócio da China”.