Atendendo solicitação do Sindimetrô/RS, a Comissão de Segurança e Serviços Públicos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul promoveu na segunda-feira, dia 14, uma audiência pública que discutiu a privatização da Trensurb. O encontro reuniu metroviários e representantes de outras categorias, como o Sindicaixa, Simpe, Sindppd, da central sindical CSP Conlutas e oposições do CPERS/Sindicato e Aeroviários. Também participaram representantes dos metroviários do Rio de Janeiro, São Paulo e da Fenametro. A Trensurb foi representada pelo seu diretor-presidente, Humberto Kasper.
Os trens transportam cerca de 200 mil pessoas por dia no eixo norte da Região Metropolitana de Porto Alegre. Para continuar atendendo os usuários com qualidade, o presidente do Sindimetrô/RS, Luís Henrique Chagas, defende uma empresa pública e estatal com manutenção da tarifa subsidiada. Chagas disse ainda que a Trensurb é quem deve construir e administrar o futuro metrô de Porto Alegre, sem, portanto, a privatização através das PPPs. O presidente do sindicato advertiu que quem ganha com a privatização são as empreiteiras, hoje envolvidas na Operação Lava Jato e controladoras dos principais aeroportos do país.
Para o representante da CSP Conlutas, Érico Corrêa, a categoria precisa se convencer de que sozinha não conseguirá impedir a privatização. Segundo ele, é necessário a unidade com outras categorias e organizações políticas, além dos usuários. Afirmou ainda que na política de ajuste fiscal quem sempre saí perdendo são os trabalhadores. Concluiu parabenizando o sindicato pela discussão sobre a privatização, um debate social que vai além das questões corporativas.
Conforme Sebastião Batista, dos metroviários do Rio de Janeiro, a privatização trouxe mazelas para a categoria e para os usuários. Segundo o dirigente, a segurança da empresa não tem poder de polícia, mas a orientação é para agir como se tivesse esse poder. Já para o representante dos metroviários de São Paulo, Alex Fernandes, as consequências da privatização são a precarização dos serviços, com prejuízos aos usuários. Por sua vez, Celso Borba, da Fenametro, advertiu que o começo da luta contra a privatização passa pelo combate às terceirizações.
O diretor-presidente da Trensurb, Humberto Kasper, usou uma projeção para mostrar o quanto a empresa está bem de saúde. Mostrou os avanços obtidos na área de tecnologia e salientou a expansão do trem até Novo Hamburgo e o aeromóvel. Falou da política do governo federal de “fazer mais e melhor por menos” e concluiu que a empresa tem a intenção de viabilizar projetos e procurar alternativas de financiamento.
A audiência pública foi mais um dos pontos da campanha desenvolvida pelo Sindimetrô/RS contra a privatização da empresa. Outras iniciativas serão realizadas ao longo do próximo período. Denominada “Cuidado! Você Pode Perder o Trem – Contra a Privatização e o Sucateamento do Trem”, a campanha visa conscientizar os metroviários e os usuários sobre os prejuízos causados pela privatização, entre eles, a redução na qualidade dos serviços prestados à população e o consequente aumento da tarifa. Hoje, o bilhete unitário custa R$ 1,70, já no Rio de janeiro onde o metrô foi privatizado o preço da tarifa está R$ 3,70.
Fonte: Sindicato dos Metroviários do Rio Grande do Sul
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