CCR leva Linha 15-Prata por 3% do valor gasto pelo Estado para sua construção
11.03.19 Notícias, São PauloComo previsto e divulgado previamente pelo Sindicato dos Metroviários de São Paulo e pela Fenametro, a CCR foi a vencedora do leilão da Linha 15-Prata do monotrilho.
Única participante do leilão que aconteceu nesta segunda-feira,11, a empresa ofereceu R$ 160 milhões para operar a linha, valor correspondente a apenas 3% do investido pelo Estado para sua construção, um total de R$ 5,2 bilhões.
Vale mencionar que a CCR está envolvida em diversos casos de corrupção, e em menos de 1 anos fez dois acordos de leniência pela sua participação em caixa 2 nas eleições de José Serra e Geraldo Alckmin (PSDB).
O leilão da Linha 15-Prata teve irregularidades muito semelhantes ao da Linha 5-Lilás e 17-Ouro, cuja vencedora também foi a CCR, que administra também a Linha 4-Amarela.
A categoria metroviária denunciou em coletiva realizada na quinta-feira, 7, que a provável vencedora do leilão seria a CCR, já que o edital indicava diversos direcionamentos para atender aos interesses e características da empresa.
No edital estavam previstas condições como ter experiência comprovada de no mínimo 12 meses na atuação em metrôs, ferrovias ou monotrilhos, além de transportar ao menos 200 mil passageiros por dia,
Com a concessão, a linha será entregue à iniciativa privada pronta, com novos trens e sistema implementado, ou seja, com o ônus da construção unicamente para o Estado.
A empresa vencedora também terá lucro garantido, já que o consorcio seguirá o mesmo modelo das Linha 4-Amarela, 5-Lilás e 17-Ouro, e a remuneração paga à empresa em relação a tarifa da Linha 15 não será subordinada a política tarifária do Estado, e terá regras previamente acordadas, seguindo índices de reajuste mais altos do que os do metrô estatal.
Na licitação também há, assim como na ocorre com a Linha 4 e a Linha 5, a previsão de um número mínimo de passageiros transportados, que mesmo que não seja atingido deve ser pago pelo Estado à concessionária.
Há ainda uma multa a ser paga para empresa, caso o governo não entregue no prazo as estações que ainda estão em construção – cujas obras estão paradas no momento. Caso ocorra uma nova expansão da linha, por parte do Estado, o edital prevê que o trecho será automaticamente administrado pela empresa vencedora do leilão, sem necessidade de novo processo.
A Fenametro repudia esta política, de cartas marcadas, e denuncia as privatizações não apenas em São Paulo, mas em todo país. A privatização não traz nenhum benefício nem para população e nem para os trabalhadores, já que traz aumento da tarifa, demissões e precarização do serviço, além de estar intimamente conectada com a corrupção.
Categoria segue em luta
Os metroviários realizaram uma manifestação em frente a Bolsa de Valores, enquanto ocorria o leilão, e denunciaram os problemas da privatização e a vitória da CCR.
A categoria continuará mobilizada e na luta, em defesa de um metrô público, estatal e de qualidade.