Milhões de brasileiros participaram no último dia 28 da Greve Geral. Ônibus, trens e metrôs não circularam em diversas capitais do Brasil, bancários, metalúrgicos, químicos e trabalhadores dos Correios paralisaram seus trabalhos e fábricas, escolas e órgãos públicos de pequenas e grandes cidades amanheceram fechados. Manifestações aconteceram em todo o país, e o governo sentiu o nosso peso.
A população demonstrou grande apoio a Greve e se posicionou contra as Reformas. O povo não aceitará a retirada de direitos e os retrocessos propostos pelo governo Temer (PMDB). Não queremos um país sem aposentadoria, sem direitos trabalhistas e com serviços públicos de má qualidade.
As Centrais Sindicais e movimentos sociais prepararam uma série de atividades para dar continuidade a estas mobilizações e convocaram uma grande ocupação em Brasília. Na próxima semana serão realizadas diversas ações para pressionar os deputados e senadores a votarem contra estas Reformas.
No dia 24 de maio faremos parte de uma grande ocupação em Brasília, nos somando a milhares de trabalhadores de todo Brasil que irão protestar contra a retirada de direitos! Se você quer fazer parte, entre em contato com a gente!
Nossa luta não acaba ali! Se o governo insistir em aprovar estas Reformas, nos somaremos novamente a todos estes movimentos para organizar uma nova paralisação nacional, uma grande greve geral!
Vamos derrotar as Reformas! Nenhum direito a menos!
Com Reforma da Previdência milhões de brasileiros ficarão sem aposentadoria
Trabalhar até morrer. Este será o destino de milhões de brasileiros caso a proposta de Reforma da Previdência do governo de Michel Temer (PMDB)seja aprovada. Com sua aprovação a maioria dos brasileiros ficará sem aposentadoria.
Apresentada ao Congresso no final do ano passado, ela será votada em breve. A proposta impõe uma mínima de 65 anos para que homens e mulheres se aposentem, e só garante aposentadoria completa para aqueles que contribuírem por 49 anos.
A proposta de Temer não condiz com a realidade dos trabalhadores brasileiros. De acordo com ela, para se aposentar com salário integral será necessário trabalhar desde os 16 anos, sem ficar um dia se quer desempregado e ainda contribuir durante todo esse tempo para a previdência.
Sabemos que estes números são impossíveis de atingir. Hoje, uma grande parcela da população está no trabalho informal e não contribui para previdência e também enfrenta períodos de desemprego, quando também não contribui. Além disso diversas regiões do país, como Norte e Nordeste e bairros periféricos das capitais, tem expectativa de vida inferior a 65 anos de idade.
Isso sem mencionar o grande absurdo que é igualar a idade de aposentadoria de homens e mulheres. Hoje há uma diferenciação no tempo de contribuição de homens e mulheres – são 5 anos a menos para as mulheres – por um reconhecimento histórico de que as mulheres tem uma dupla jornada, já que arcam com grande parte do trabalho doméstico. De acordo com o estudo Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), As mulheres trabalham, em média, 7,5 horas a mais que os homens por semana devido à dupla jornada, uma diferença que inclusive aumentou na última década.
Segundo a Secretaria de Previdência Social de cada três aposentados dois ganham apenas um salário mínimo. Na proposta há uma mudança importante que prejudicará estes trabalhadores, a desvinculação do reajuste da aposentadoria com o reajuste do salário mínimo. Esta medida desvaloriza a aposentadoria e contribui para o aumento da pobreza.