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Privatização comprometerá expansão da Linha 5 – Lilás do Metrô

23.09.16 Notícias, São Paulo Tags:, ,

O Governo do Estado de São Paulo (PSDB) e a direção do Metrô de São Paulo apresentaram nesta sexta-feira, 23, em audiência pública, o projeto de privatização das linhas 5-Lilás e 17-Ouro da rede metroviária de São Paulo. A atividade contou com protesto da Fenametro, do Sindicato dos Metroviários de São Paulo e da categoria metroviária, contrários à privatização.

O diretor-presidente do Metrô, Paulo Menezes de Figueiredo, apresentou o projeto e explicou que a iniciativa privada ficará responsável pela operação e manutenção das Linhas, e sua construção será de responsabilidade do Estado.

As linhas serão entregues à iniciativa privada prontas, com novos trens e sistema implementado, ou seja, com o ônus da construção unicamente para o Estado, visando claramente o alto lucro dos empresários

De acordo com o diretor financeiro do Metrô, José Carlos Nascimento, as empresas receberão R$ 1,69 por passageiro transportado, em uma expectativa de 855 mil passageiros por dia na linha 5-Lilás e 185 mil na Linha-17. O contrato tem a princípio 30 anos de duração. A remuneração será ajustada anualmente e ainda não há um cálculo previsto para este reajuste.

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A concorrência será aberta no mês de dezembro, e poderão concorrer empresas estrangeiras e nacionais, semelhantes as envolvidas em escândalos de corrupção, a exemplo do Propinoduto e da Lava Jato.

Manifestação da categoria

Os metroviários presentes na audiência se manifestaram contrários ao projeto, com faixas, cartazes e falas, como a de Alex Fernandes, secretário geral do Sindicato e Narcísio Soares, trabalhador da Linha 5. A categoria também fez uma série de perguntas, que foram respondidas de maneira generalizada e até mesmo ignoradas.

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Entre as perguntas estava a expansão da Linha 5, originalmente programada para chegar até o Jardim Ângela, fato muito esperado pela população que vive na Zona Sul da cidade e depende do transporte do público. Os representantes do Metrô e do Governo afirmaram que a extensão será apenas até a estação Brooklin, cancelando o projeto original e, se houver novos trajetos deverão ser construídos pela concessionária.

Questionados sobre o destino dos trabalhadores que já atuam na Linha 5 e se os novos funcionários serão terceirizados, responderam apenas que aqueles que estiverem trabalhando na linha serão realocados, e não se manifestaram sobre a possibilidade de terceirização. A categoria está preocupada com a situação dos trabalhadores, pois alguns já foram deslocados e há até mesmo demissões.

Estiveram presentes e foram responsáveis pelas informações concedidas Paulo Menezes de Figueiredo, diretor presidente do Metrô, José Carlos Nascimento, diretor financeiro do Metrô, Thiago Mesquita Nunes, procurador do Estado, Celso Jorge Caldeira,coordenador de parcerias da Secretaria de Transportes Metropolitanos e Thaís Rey Grandizoli, assessora na Subsecretaria de Parcerias e Inovação do Governo do Estado de São Paulo.