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Trabalhadores de 19 países formulam ações contra a privatização

04.07.16 Internacional, Notícias Tags:,

Aconteceu em São Paulo neste final de semana o Encontro Internacional de Trabalhadores e Trabalhadoras do Transporte contra a Privatização. Com a presença de 19 países de todos os continentes e representantes de diversos setores do transporte, o Encontro discutiu as experiências de cada país e encaminhou uma série de iniciativas de unidade internacional.

Antes mesmo do início da atividade um participante do Mali enfrentou o racismo da polícia brasileira. Mahamane Thienta, secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores Ferroviários do Mali, foi detido pela Polícia Federal por 2 dias no aeroporto, sem possibilidade de contato com ninguém e suspeito de terrorismo. A Fenametro condena e acredita que a detenção de Thienta foi uma medida de racismo e xenofobia.

Os relatos no evento mostraram como são semelhantes as condições de trabalho nos meios de transporte e as estratégias da privatização, além da articulação internacional das multinacionais ligadas a este setor.

Um exemplo desta semelhança foi a explicação de Fernando Escudero, ferroviário da Espanha, que relatou uma situação idêntica a da privatização do Rio de Janeiro, na década de 1990. Em seu país, a estratégia para a privatização foi a mesma do metrô carioca, de sucateamento do sistema, demissão de funcionários e aumento da tarifa.

Situação no Brasil

As ameaças de privatização nos metrôs brasileiros foram amplamente detalhadas, com destaque aos novos anúncios de privatização no metrô e na CPTM em São Paulo e a destruição e privatização dos metrôs ligados à CBTU e a Trensurb.

Outros brasileiros presentes no Encontro, aeroviários, rodoviários e portuários, também combatem a privatização. O setor aéreo enfrenta agora uma possível abertura de 100% da aviação brasileira para o capital estrangeiro, os portuários uma desvalorização dos portos públicos e a terceirização, e os rodoviários péssimas condições de trabalho e um setor 90% privatizado.

Os demais países da América Latina presentes, Chile e Argentina, ambos com metrôs privatizados, trouxeram suas péssimas experiências com a privatização, e a necessidade de reivindicar o transporte como um direito, necessário para acesso a muitos outros.

Trabalhadores dos Estados Unidos também compareceram ao Encontro, relatando sua luta no centro do capitalismo e imperialismo. Um condutor de ônibus presente foi inclusive demitido por sua atuação sindical.

Europa, África e Ásia e suas lutas

A situação na Europa não é avança muito, com precarização do trabalho e muitos setores já privatizados. Na África e Ásia a realidade é ainda mais cruel, com ampla exploração dos trabalhadores e a privatização como uma nova forma de colonização.

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Na atividade estiveram presentes trabalhadores do Brasil, Reino Unido, Chile, Botswana, Espanha, Grécia, Portugal, EUA, Libano, Namíbia, França, Senegal, Marrocos, Mali, Tunísia, Argentina, Índia, Síria e Cashimira, e Estados brasileiros como São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Piauí, Ceará, Minas Gerais, Distrito Federal e Pernambuco. Além disso, os delegados presentes eram de diferentes categorias de transporte, como metroviários, ferroviários, aeroviários, rodoviários e portuários.

O Encontro encaminhou um dia internacional de luta contra a privatização, um manifesto, uma carta de repúdio ao governo brasileiro pela detenção de Mahamane Thienta, além de diversas moções de apoio.