A gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) deixou de repassar ao Metrô em 2015 a quantia de R$ 66 milhões referentes aos custos das gratuidades no transporte público. A descoberta foi realizada em uma reunião entre o Sindicato dos Metroviários de São Paulo e a direção do Metrô no Tribunal Regional do Trabalho .
Ao ser questionado pelo jornal Folha de S.Paulo sobre a ausência de repasse, Alckmin afirmou que deixou de repassar a verba prevista para custear as gratuidades do Metrô porque houve “eficiência” da empresa estadual, que “exigiu um repasse menor” por parte do Estado.
A afirmação do governador comprova que o Metrô não está com dificuldades financeiras e sim dando lucro, e possibilita ainda o questionamento sobre quem está pagando por essa “eficiência”. Se o Metrô tem lucrado mesmo não recebendo um subsídio do governo do Estado, que é garantido pela legislação, de onde vem este lucro?
Os metroviários e a população percebem as custas de quem o Metrô está lucrando. Mesmo com uma tarifa exorbitante, saindo do bolso do usuário, o Metrô não investe em melhorias e na contração de funcionários, fato constantemente denunciado pela categoria.
Recentemente foi realizada uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo exigindo a contração de funcionários que foram aprovados nos concursos do Metrô de 2013 e 2014, que seriam, de acordo com os metroviários, fundamentais para melhoria do serviço.
O transporte público é um direito do cidadão garantido pela Constituição, e por isso deveria ser gratuito e sua exploração não poderia ser realizada sob a lógica do lucro. Com a tarifa de R$3,80 o governo Alckmin torna o Metrô lucrativo e utiliza a verba que deveria ser repassada à empresa para o pagamento de outras contas do Estado, como a dívida pública por exemplo, valor repassado aos credores, em sua maioria banqueiros.