Portas sem uso da estação do metrô Vila MatildeInstaladas há três anos e ainda sem uso, as portas de vidro que deveriam aumentar a segurança dos passageiros na estação Vila Matilde da Linha 3-Vermelha do metrô, a mais superlotada da rede, viraram alvo de investigação do Ministério Público de São Paulo.
A Promotoria abriu inquérito em agosto de 2013 para apurar suspeitas de prejuízo ao erário e atos de improbidade administrativa na compra dos equipamentos, que estão sem função desde 2010.
As portas instaladas na estação deveriam impedir a queda de passageiros e objetos nos trilhos, evitar acidentes e ajudar no embarque. Mas só as molduras foram instaladas, deixando buracos abertos na plataforma.
A investigação da Promotoria foi aberta com base em processo do Tribunal de Contas do Estado (TCE) para apurar os valores do contrato e os motivos de a instalação das portas não ter sido concluída.
O TCE diz que a proposta original previa 48 portas (em 18 estações) por R$ 72,5 milhões. Em seguida, a quantidade de portas exigida baixou para 24, mas praticamente sem mudança no preço.
A licitação teve como participante só um consórcio –formado pelas empresas Trends Engenharia e pela fabricante sul-coreana Poscon. O contrato foi assinado em abril de 2009 por R$ 71,4 milhões.
O mesmo inquérito, sob responsabilidade do promotor Saad Mazloum, investiga o contrato assinado com a Alstom em 2008 para a implantação do CBTC, sistema de sinalização, em três linhas.
A Vila Matilde seria a primeira de 12 estações da Linha 3 que receberiam as portas de plataforma. A previsão era que elas começassem a funcionar em junho de 2010. A instalação foi retomada, mas há um problema: como são seis modelos de trens circulando na linha, as portas das composições mais antigas não se encaixam nas molduras. Há o risco, por exemplo, de um cego bater no vidro ao sair do trem.
Fonte: jornal Folha de S. Paulo, edição de 12 de setembro de 2013 e Sindicato dos Metroviários de SP