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Em São Paulo, dia 14 tem ato político por um transporte público e de qualidade

12.08.13 São Paulo

O MPL (Movimento Passe Livre) e o Sindicato dos Metroviários de São Paulo convocaram para esta quarta-feira (14), às 15h, no Vale do Anhangabaú , um ato político por transporte público e de qualidade. As organizações irão denunciar o suposto esquema de corrupção que teria desviado, até o momento, R$ 425 milhões das obras do Metrô e da CPTM (Companhia Paulistana de Trens Metropolitanos), por um transporte que atenda às demandas da cidade e tenha uma redução maior na tarifa. 

O metrô de São Paulo tem uma das tarifas mais altas do país. Mesmo após a revogação do aumento conquistado com as mobilizações de junho, a tarifa é de R$ 3,00. No entanto, sem contabilizar os prejuízos aos cofres públicos com as denúncias de cartel para licitação, uma petição encaminhada pelo Sindicato dos Metroviários ao MP-SP (Ministério Público de São Paulo), exigindo a correção das tarifas de transporte público de São Paulo, mostra que, em 1995, a passagem do metrô custava R$ 0,80. Se fosse corrigida pela inflação do período, teria de ser hoje de R$ 1,97, uma defasagem de R$ 1,23. O mesmo ocorria com as tarifas de ônibus que em 1994, eram de R$ 0,50 e deveriam custar R$ 1,71 defasagem de R$ 1,49 em relação à tarifa atual.
 
Números da corrupção
 
Até o momento, três contratos foram investigados pelo Cade (Comitê Administrativo de Defesa Econômica): dois na Linha 2-Verde e um na Linha 5-Lilás. O valor do superfaturamento é de R$ 252 milhões. Já na CPTM, na contratação da série 3000 e na manutenção das séries 2000 e 2100, o superfaturamento chegou a R$ 173,1 milhões.
 
Segundo as denúncias divulgadas na imprensa de que as gestões de Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, do PSDB, teriam recebido propinas de grandes empresas para que vencessem licitações com preços superfaturados. No cartel estavam envolvidas 18 grandes empresas como Alstom, Bombardier, CAF e Mitsui.
 
A Siemens, empresa que entregou o esquema do qual também fazia parte, revelou que as corporações venciam concorrências com preços superfaturados em 30% para a manutenção e a aquisição de trens e para a realização das obras de expansão do Metrô e da CPTM.
 
Para o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, é preciso dar um basta neste esquema de corrupção, pois “enquanto o usuário do Metrô e dos trens paga uma tarifa alta, vivendo no sufoco em trens lotados e convivendo com acidentes e paralisações cada vez mais frequentes, os políticos do PSDB e altos-executivos do Metrô e da CPTM recebem altos valores”. 
 
Com todo dinheiro desviado e o superfaturamento envolvendo a administração pública do estado de São Paulo, seria possível delinear a redução da tarifa, rumo à tarifa zero, a ampliação das redes metroviária e ferroviária, integração da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) com o transporte municipal e a ampliação do funcionamento, redução de falhas, paradas técnicas e acidentes.
 
Foto: Divulgação
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